segunda-feira, 14 de março de 2011

Tempos conturbados para o cinema europeu

Sete Óscares e oito Palmas de Ouro em 10 anos: os resultados do programa MEDIA que apoia a produção de filmes na Europa são largamente positivos.

A possibilidade de Bruxelas reduzir, ou mesmo cortar, as ajudas públicas às produções audiovisuais europeias que se enquadram no programa MEDIA pôs em pé de guerra os grandes nomes do cinema do velho continente. Um grande número de cineastas assinou já uma declaração em que lamenta os planos de poupança da Comissão Europeia no que se refere ao cinema.

"Rejeitamos totalmente a supressão do Programa MEDIA ou mesmo a sua fusão com outro tipo de programas mais amplos (...) Pedimos ao presidente da Comissão Europeia que receba o mais rapidamente possível uma delegação de cineastas europeus", diz o comunicado. Entretanto, fontes da Comissão desmentiram a possibilidade de supressão: "O programa MEDIA não está em perigo. É um grande sucesso", afirmou Dennis Abbot, porta-voz da Comissária para a Educação e Cultura, Androulla Vassiliou. Outra questão é o programa vir a sofrer algumas alterações, por um lado, no que se refere à adaptação do setor às mudanças tecnológicas e, por outro, devido ao inevitável reajustamento dos orçamentos das instituições comunitárias.O MEDIA foi lançado em 1991 e, quando terminar, em 2013, o atual plano orçamental da Comissão, terá investido 1,7 mil milhões de euros no cinema.


O programa, que agora completa 20 anos, já apoiou sete filmes europeus que ganharam Óscares de Hollywood e, na última década, oito filmes que conquistaram Palmas de Ouro, em Cannes. Entre eles incluem-se A vida é bela (1999) e O discurso do rei. O MEDIA nasceu para contribuir para a promoção e distribuição de películas europeias, embora também invista na formação de produtores, guionistas e realizadores e na organização de festivais. "E, através do apoio a distribuidores independentes, o programa conseguiu que os espetadores europeus pudessem ver filmes feitos noutros países", disse o porta-voz.


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